Diário do Mercado na 5ª feira, 27.12.2018
Ibovespa mostra-se resiliente em dia de queda generalizada no exterior
Comentário.
O mercado acionário doméstico manteve-se na contramão do exterior fechando com avanço moderado (+0,38%), ao passo que um sell-off nas bolsas norte-americanas derrubou também os principais mercados acionários no exterior.
O pessimismo lá fora esteve focado em uma possível desaceleração da economia norte-americana, em um contexto de arrefecimento no crescimento global.
Deste modo, o dólar se enfraqueceu de forma generalizada e no mercado doméstico encerrou cotado a R$ 3,8890 (-0,84%). A curva de juros registrou novo fechamento, principalmente nas taxas de médio e longo prazos.
Ibovespa.
O principal índice doméstico navegou em terreno de alta na maior parte do pregão, a despeito de apresentar apenas ganhos modestos durante a sessão.
O Ibovespa indicava fechamento estável, mas apresentou leve alta nos minutos finais. O avanço teve como destaque o setor de bancos, já na ponta oposta, Vale e Suzano registraram firmes quedas.
O Ibovespa fechou aos 85.460 pts (+0,38%), acumulando -4,52% no mês, +11,86% no ano e +12,34% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 9,9 bilhões, sendo R$ 9,5 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 21 de dezembro (último dado disponível), houve saída líquida de capital estrangeiro de R$ 161 milhões, o saldo negativo em dezembro passou a R$ 1,6 bilhão. No ano, o déficit situa-se em R$ 11,1 bilhões em 2018.
Agenda Econômica.
No Brasil, o governo central registrou um déficit primário de R$ 16,206 bilhões em novembro, pior resultado para o mês desde 2016, ante superávit de R$ 9,451 em outubro. Em 12 meses, o governo acumula um déficit de R$ 111,0 bilhões, equivalente a 1,6% do PIB.
Já os dados de crédito do Banco Central apontaram arrefecimento da taxa de inadimplência, recuando 0,1 p.p., tanto para PF quanto para PJ, atingindo 4,8% e 3,0% respectivamente, ambas em mínimas históricas. As concessões de crédito à pessoa física aumentaram 5,5%, na série com ajuste sazonal, frente à queda acumulada de 2,6% dos últimos dois meses. Já as concessões de crédito livre às empresas mantiveram-se em queda de 2,5%, após recuo de 0,5% em outubro.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) abriu em alta e chegou a passar novamente dos R$ 3,94 na máxima pela manhã, mas a tendência se reverteu no início da tarde, acompanhando movimento majoritário de enfraquecimento da divisa frente as principais moedas no exterior.
O dólar fechou cotado em R$ 3,8890 (-0,84%), acumulando +0,80% no mês, +17,32% no ano e +17,42% em 12 meses. O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos recuou a 213 pontos ante 214 pontos da véspera.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular em queda, especialmente nos contratos de médio e longo prazos, em dia de liquidez reduzida, comum ao final de ano. O recuo dos rendimentos dos Treasuries, bem como as ancoradas expectativas de inflação e o enfraquecimento do dólar contribuíram para a devolução de prêmios na curva.
Para a sexta.
No Brasil: IGP-M/FGV; Taxa de desemprego nacional; Resultado primário do setor público consolidado; Resultado nominal do setor público consolidado. EUA: Balança comercial; Índice de compras dos gerentes de Chicago. China: Lucros Industriais.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamnto do mercado na 4ª feira, 27.12.2018, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, e HAMILTON ALVES, CNPI-T, ambos da equipe do BB Investimentos.